Um policial da região de Jundiaí pediu afastamento do trabalho, porque vem sofrendo de depressão. Ele conta que a expectativa de enfrentar um inimigo “oculto” trouxe de uma só vez problemas mentais e na família, tornando o relacionamento difícil.
A Polícia na região não revela números, mas em pesquisa feita com policiais federais, segundo a Federação da categoria, foram detectados 11 tipos de transtornos que vão desde alcoolismo, depressão, pensamento de suicídio e até mesmo a síndrome do pânico.
Algumas das doenças levam o profissional ao afastamento das funções, prejudicando a comunidade com a redução de efetivo nas ruas.
Um policial contou ao “JR” que passou por acompanhamento psicológico oferecido pela Polícia. Mas não consegue voltar ao trabalho, com a depressão. Disse que às vezes tem que tomar medicamentos. Ele comentou que as cobranças da sociedade são injustas, porque os policiais não podem estar em todos os lugares, ao mesmo tempo. Isso sobrecarrega o policial, que também é cobrado pelo comando para voltar a trabalhar.
Um soldado da PM comentou que a sociedade não reconhece que a categoria ganha mal, arrisca a vida diariamente e sofre com as cobranças.
Recentemente um policial se matou na frente do pai. Outro PM comentou que os policiais convivem diariamente com a dor das pessoas. “Ele convive com a violência e a dor dos outros”.