De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), do Conselho Nacional de Justiça, há cerca de 7.200 crianças aptas para adoção no Brasil. Muitas delas permanecem em abrigos por anos até que sejam recebidas por uma nova família. Outras chegam à maioridade na instituição e precisam procurar outro lugar para morar. O ‘Profissão Repórter’ desta quarta-feira, dia 13, mostra essas e outras situações vividas por jovens de todo o país.
Em um abrigo de Jacareí, no interior de São Paulo, a equipe de reportagem mostra o drama das crianças que são devolvidas pelos pais adotivos. A repórter Monique Evelle conversa com um menino de 11 anos, que está no abrigo desde os 3 e já foi devolvido por oito famílias. “Por ter sido recusado tantas vezes, ele sempre está em estado de alerta, age com desconfiança. Quando ele falava, eu segurava o choro”, conta a repórter, que considera a matéria uma das mais difíceis de sua carreira. Para conquistar a confiança, ela diz que foi preciso brincar com o garoto durante todo o dia. “Tive que estabelecer uma conexão para que ele conseguisse desabafar. Foi um exercício bem difícil”, explica.
O programa também mostra uma iniciativa criativa do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que usa vídeos para tentar aumentar as chances de adoção dos jovens com mais de 12 anos. O projeto já é um sucesso: dos 22 participantes, 15 despertaram interesse de candidatos a pais adotivos. O repórter Guilherme Belarmino acompanha as gravações e conhece as histórias por trás delas. “É muito diferente quando você pode filmar o rosto, porque humaniza e fica mais fácil de as pessoas compreenderem a situação”, explica ele.
Já a repórter Danielle Zampollo acompanhou os últimos dias de Abraão em um abrigo de São Paulo. O jovem de 17 anos passou grande parte da vida no acolhimento e agora tem que voltar para a casa da mãe, que tem 11 filhos e problemas psiquiátricos. Além da despedida do adolescente no abrigo, Danielle observa como Abraão ajuda o pai, morador de rua às margens do rio Tietê. “São jovens que não tiveram boa educação, referência na família, alguém para pedir ajuda”, diz a repórter. “Apesar de tudo, Abraão é um menino alegre, que está sempre sorrindo, sempre brincando. Mexe com a gente, porque em uma situação como essa, é difícil colocar um sorriso na cara”.
O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar às quartas-feiras, depois do futebol.